Continua após publicidade

8 de março: 4 mulheres que fizeram história na arquitetura brasileira

Lota de Macedo Soares, Lina Bo Bardi, Rosa Grena Kliass e Janete Costa desempenharam um papel fundamental na arquitetura nacional

Por Rafaela de Oliveira
8 mar 2025, 08h00

A presença de mulheres na arquitetura sempre colaborou para a integração de perspectivas inovadoras e sensibilidade única aos projetos. A diversidade promovida pelas arquitetas não apenas redefine padrões estéticos, como também impulsiona a criação de cenários urbanos mais equilibrados e acolhedores, o que destaca a importância da equidade de gênero nesta área. Por isso, listamos quatro arquitetas renomadas que fizeram história na arquitetura brasileira e são responsáveis por projetos que marcam o nosso cotidiano e cultura:

Publicidade

1. Lota de Macedo Soares

Lota de Macedo Soares
(Instituto Lotta/Divulgação)

Maria Carlota Costallat de Macedo Soares (1910–1967) foi uma arquiteta-paisagista e urbanista autodidata brasileira de grande importância para a cena cultural do País. A profissional ficou conhecida principalmente pela sua concepção e criação do Parque do Flamengo na década de 1960, no Rio de Janeiro. Também conhecido como Aterro do Flamengo, o espaço é um dos maiores parques urbanos à beira-mar do mundo. Inspirada pelo modernismo brasileiro e a convite do então governo de Carlos Lacerda, ela coordenou uma equipe de arquitetos e engenheiros para transformar uma área anteriormente degradada em um espaço público vibrante, com jardins, áreas de lazer e esportes.

Publicidade
Continua após a publicidade

Em 2013, a vida de Lota foi retratada no filme “Flores Raras”, dirigido por Bruno Barreto. Apesar de contar sua história profissional, o foco principal da produção é sua vida pessoal, em especial o romance entre a arquiteta e a poetisa norte-americana Elizabeth Bishop, considerado um escândalo na época e que influenciou ambas artistas.

2. Lina Bo Bardi

lina bo bardi arquiteta leão de ouro
(Reprodução/CASACOR)

Reconhecida por sua contribuição atemporal à arquitetura moderna brasileira, Lina Bo Bardi (1914–1992) foi uma arquiteta, designer, cenógrafa e escritora ítalo-brasileira. Nascida em Roma, mudou-se para o Brasil em 1946, onde passou a combinar em seus projetos modernismo e elementos populares da cultura local.

Publicidade
Continua após a publicidade

O Museu de Arte de São Paulo (MASP) foi projetado pela arquiteta e inaugurado em 1968. Seu prédio é um ícone da arquitetura brutalista, famoso pelo vão livre de 74 metros que permite contemplar a vista da cidade. Já para desenvolver o SESC Pompéia, em São Paulo, Lina transformou uma antiga fábrica de tambores em um centro cultural dinâmico nos anos 1970. Pensada em 1951 para ser a residência da artista, a Casa de Vidro, em São Paulo, combina a leveza do vidro com a solidez do concreto, e está perfeitamente integrada à Mata Atlântica ao redor. Por fim, o Teatro Oficina, em São Paulo, foi reformado pela profissional nos anos 1980, o que resultou em um espaço teatral inovador, com uma arquibancada móvel e um palco aberto à cidade.

3. Rosa Grena Kliass

Rosa Kliass
(Divulgação/CASACOR)

A paisagista brasileira Rosa Grena Kliass (1932) realizou contribuições fundamentais ao urbanismo e ao paisagismo moderno no Brasil. Formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) em 1955, ela se destacou ao integrar conceitos contemporâneos de design de espaços públicos.

Publicidade

Ao longo de sua carreira, Rosa buscou promover o equilíbrio entre natureza e cidade. Entre seus projetos destaca-se a reurbanização do centro de São Paulo com a criação de espaços de convivência e circulação que trouxeram vida nova ao Vale do Anhangabaú; e sua participação no plano de paisagismo da Orla de Fortaleza, que resultou na conexão entre a cidade e o mar. Além disso, a profissional trabalhou em projetos de requalificação das avenidas em São Paulo, como a Avenida 23 de Maio, e foi uma das fundadora da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP) em 1976, fortalecendo a profissão e incentivando o reconhecimento do paisagismo como uma disciplina fundamental no planejamento urbano.

Continua após a publicidade

4. Janete Costa

Janete Costa
(Eudes Santana/Divulgação)

Janete Costa (1932–2008) foi uma arquiteta e designer de interiores pernambucana que ganhou notoriedade por sua habilidade em unir arte popular brasileira ao design moderno. Pioneira na valorização da cultura popular dentro da arquitetura de interiores, ela criou ambientes sofisticados ao integrar elementos artesanais, materiais rústicos e peças de artistas anônimos ao mobiliário contemporâneo.

Publicidade
Continua após a publicidade

No Museu do Homem do Nordeste, em Recife, Janete participou da concepção dos espaços internos para dar visibilidade à cultura nordestina, e criou ambientes que dialogavam com o acervo popular. Já no Centro de Arte Popular Cemig, em Belo Horizonte, a profissional trabalhou na curadoria dos espaços, onde promoveu a interação entre arte popular e arquitetura. Durante sua trajetória, ela realizou mais de 3 mil projetos na área, entre residências, bibliotecas, cinemas, escritórios, clubes, galerias, prédios comerciais e residenciais, museus, saguões de aeroportos e até hotéis.

Museu Janete Costa
Museu Janete Costa (Divulgação/Divulgação)

Inaugurado em 2012, o Museu Janete Costa de Arte Popular é um museu sediado num casarão datado de 1892 no bairro do Ingá, em Niterói, no Rio de Janeiro. O local é dedicado ao trabalho de Janete e à arte popular brasileira e conta com ateliê para artistas populares.

Publicidade
Continua após a publicidade
Compartilhe essa matéria via:
Publicidade
Publicidade