Imóvel de ‘Ainda Estou Aqui’ vai virar a Casa do Cinema Brasileiro no Rio
Após o filme receber o Oscar de Melhor Filme Internacional, prefeitura do Rio de Janeiro avalia a compra para transformar a casa em espaço cultural

O filme “Ainda Estou Aqui“, dirigido por Walter Salles e, baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, se tornou uma referência cinematográfica no Brasil e no mundo. Além de garantir a primeira estatueta do Oscar para o país – na categoria Melhor Filme Internacional – mais um presente deve se originar dessa obra-prima: um novo centro cultural no Rio de Janeiro.
Um dia após a premiação, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou que a prefeitura vai comprar a casa, localizada no bairro da Urca, para transformá-la em um espaço cultural, batizada como Casa do Cinema Brasileiro. Ela será aberta para visitação.
A ideia é valorizar a memória de Rubens Paiva, e ao mesmo tempo homenagear a resistência de milhares de brasileiros, que viveram durante o período de autoritarismo, um dos temas centrais da obra.
“É uma reverência a todos aqueles que fazem Cultura em nosso país. O Oscar foi para o filme, mas todas as nossas manifestações culturais foram premiadas. E o nosso dever enquanto poder público é perpetuar a nossa memória, preservá-la e estimular para que novos ‘Ainda Estou Aqui’ sejam produzidos. Temos uma riqueza cultural única e valiosa”, afirmou o prefeito Eduardo Paes.
A casa de “Ainda Estou Aqui”

A residência de 480 m² foi construída em 1937, e de lá para cá passou por algumas reformas para ficar idêntica à morada que Rubens Paiva viveu com sua família em 1970. O imóvel original da história ficava na Avenida Delfim Moreira, e não existe mais (foi construído um prédio no lugar).
O objetivo da prefeitura é que o espaço se torne um lar permanente de memórias para que a história de Eunice Paiva (vivenciada no cinema por Fernanda Torres) e sua família não seja esquecida.

A reforma feita para as gravações tinha como objetivo aproximar o visual da residência com o antigo imóvel da família Paiva, e desde mudanças nos pisos por um modelo mais antigo até o portão elétrico foi substituído por um modelo de ferro, semelhante ao da casa original.
As paredes também foram envelhecidas com o uso de uma tinta especial, e o muro e a varanda também passaram por mudanças para ficarem com o visual mais próximo da residência do anos 1970.