O prêmio Obra do Ano (Building of the Year) chega a sua 16ª edição em 2025. Frente aos esforços de profissionais de arquitetura de todo o mundo durante o ano de 2024, a premiação concedida pelo portal ArchDaily encoraja a troca de ideias entre criativos de diferentes áreas de formação ao estimular o público a eleger o projeto favorito do ano em 15 categorias.
Os 15 vencedores serão anunciados em 20 de fevereiro, contemplando um premiado por categoria. Aparecem entre os finalistas projetos publicados nos últimos seis anos que foram selecionados de uma lista com 4 mil construções. Entre eles, seis brasileiros performam com maestria representando o poder da arquitetura nacional lá fora.
A seguir, conheça mais sobre eles e vote em seus favoritos.
1. Vila dos Funcionários da Escola Fazenda Canuanã – Rosenbaum + Terra e Tuma Arquitetos Associados

A Escola-fazenda Canuanã está localizada no interior do estado do Tocantins, município de Formoso do Araguaia, às margens do rio Javaés. Foi fundada em 1973 e oferece educação gratuita desde o fundamental até o ensino técnico, onde moram e estudam aproximadamente 800 crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos. O conjunto habitacional é composto por 32 unidades de habitação, além de um estacionamento para carros e barcos.

Sua implantação teve como partido o uso do vento como principal componente para conforto térmico e a questão da privacidade para a locação das janelas. As paredes foram construídas com tijolos de solo-cimento moldados no canteiro de obra da fazenda, material que por ter maior inércia tem uma grande eficiência para o conforto térmico. Entre as casas foram propostos arruamentos e praças que priorizam a circulação de pedestres e bicicletas por entre as unidades e o fluxo de carros direcionado para o contorno da vila.
2. Viveiro de mudas – Ocupação Fazendinha – PFLEX – Escola de Arquitetura – UFMG

O viveiro de mudas construído na Ocupação Fazendinha localizada no bairro Calafate, em Belo Horizonte, é resultado de uma prática acadêmica extensionista promovida pelo Departamento de Projetos da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais. A atividade contemplou a concepção, fabricação e montagem de uma estrutura de pequeno porte em madeira, realizadas de forma conjunta por estudantes, técnicos, apoiadores e moradores da comunidade.

O projeto tem como objetivo contribuir com o cuidado e organização da produção local e, sobretudo, apoiar o trabalho colaborativo realizado na horta comunitária que se destaca como um aspecto fundamental na discussão sobre a autogestão de infraestrutura dessa ocupação. A construção consiste em uma área coberta de aproximadamente 18 m2 que permite o acesso aos canteiros de hortaliças e conta com prateleiras e bancadas para a produção, manutenção e armazenamento de mudas.
3. Parque Rita Lee – Legado do Parque Olímpico – Ecomimesis Soluções Ecológicas

O Parque Olímpico da Barra da Tijuca, RJ, foi a principal sede dos Jogos Olímpicos de 2016. O projeto do Parque, na época dos jogos, continha diversas instalações esportivas, como o Centro de Tênis, as Arenas Cariocas e o Live Site que foram construídas em torno da Via Olímpica. A concepção inicial do projeto previu uma adaptação de toda essa estrutura para novos usos após o fim das Olimpíadas. O desenvolvimento desse novo projeto para o Parque Olímpico, renomeado posteriormente para Parque Rita Lee como homenagem à artista, foi licitado pela Prefeitura do Rio de Janeiro no ano de 2022. A Ecomimesis, empresa vencedora da licitação, ficou então responsável pela reurbanização do espaço da Via Olímpica e seu entorno imediato, totalizando em 140.000 m² de área projetada.

Ao todo, o programa proposto conta com duas quadras poliesportivas, duas quadras de basquete 3×3, área de eventos, área infantil com brinquedos diversos, área infantil aquática, área de jogos (tênis de mesa e futmesa), área de piquenique, academia para 3ª idade, parede de escalada, skate park, bicicletários, áreas de estar, descanso e banheiros públicos. O programa também abrange mobiliário urbano, criação de mais de 800 m² de bosque da Mata Atlântica, arborização com plantio de 1100 novas mudas de árvores nativas e o incremento de mais de 8 mil m² de área verde permeável em todo o parque.
4. Armazém da Onça – Estudio Pedro Haruf

O Armazém da Onça é um espaço de comércio e serviço localizado na pequena cidade de Onça do Pitangui, em Minas Gerais. Ele oferece produtos oriundos de agroflorestas e artesanato de pequenos produtores da região, além de servir café e quitandas para moradores e turistas. O projeto ocupa uma pequena edificação dos primeiros anos do século XX.

O projeto de reforma buscou valorizar a arquitetura histórica. Assim, foi demolido um forro de PVC para revelar as tesouras e o telhado colonial. As paredes foram descascadas para destacar o tijolo maciço utilizado na construção e foi recuperado todo o madeiramento, incluindo esquadrias, assoalho e tesouras. Nas fachadas frontal e posterior, foram restaurados os adornos originais, reabertas as esquadrias que haviam sido tamponadas e recuperadas a pintura utilizando técnicas tradicionais de caiamento.
5, Ágora UNI – Estúdio Módulo

O projeto do Ágora UNI conjuga espaços para escritórios e restaurantes no Ágora Tech Park, em Joinville, integrando-se a seu entorno enquanto proporciona ambientes saudáveis, através da ventilação e iluminação naturais. A localização estratégica permite uma conexão direta com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) através de uma marquise que une os prédios do complexo. O átrio central conduz a um bosque para lazer e piqueniques, proporcionando uma experiência que fomenta o bem-estar e a qualidade de vida.

Com infraestrutura moderna para laboratórios e coworking, o Ágora UNI possui espaços adaptáveis, permitindo que as áreas de pesquisa se transformem conforme necessário. A flexibilidade desses espaços foi pensada para promover a inovação contínua, com arquitetura que se ajusta às demandas de pesquisa e desenvolvimento. Além da funcionalidade, o Ágora UNI busca oferecer aos visitantes, estudantes e funcionários uma conexão visual com a paisagem circundante, incluindo a Serra do Mar e a Mata Atlântica.
6. Casa Patio Guapuruvu – Estudio Piloti Arquitetura

O projeto da Casa Patio Guapuruvu está localizado a 1250 metros de altitude na serra da Mantiqueira no município de Camanducaia, em um terreno com 20.000 m². O programa da casa se organiza em três blocos ao redor do pátio central: a casa principal, o galpão e a casa de hóspedes com duas unidades. O acesso a cada volume é independente, dando flexibilidade às diversas atividades possíveis. O sistema construtivo pensado buscou a rapidez e valor baixo da construção, além da facilidade de entendimento do projeto pelos construtores locais. As paredes de taipa foram executadas por uma empresa especializada e são apoiadas sobre o baldrame de concreto aparente.

Todo o projeto foi pensado em reduzir o impacto na paisagem – seja no aproveitamento do solo da terraplanagem para subir as paredes de taipa, seja na escolha da madeira proveniente de reflorestamento. A simplicidade dos materiais, deixados em seu estado bruto, busca essa economia de recursos, além de permitir uma reconexão com a matéria que compõe o espaço.